m e d e i a, a
e s t r a n g e i r a
Julho 2010
Teatro da Comuna, Lisboa
Novembro 2010
Bridewell Theatre, Londres
Ficha Técnica:
Adaptação e Encenação
Patrícia Carreira
Adaptado de
Medeia de Eurípides
Co-criação
Patrícia Carreira e Nicole Pschetz
Interpretação (Lisboa)
Nicole Pschetz, André Amálio, Carlos Vieira de Almeida
Interpretação (Londres)
Nicole Pschetz, Pete Picton,
André Amálio
Violoncelo
Carolina Matos (Lisboa) e Nina Plapp (Londres)
Figurinos
Lenka Padysakova
Cenografia
José Manuel Castanheira
Desenho de luz
Aldeia da Luz (Hugo Coelho)
Adaptação cenográfica e de
desenho de luz (Londres)
Ingrid Hu
Movimento
Nicole Pschetz
Assistência de Encenação
Sara Martínez-Viejo
Assistência de Cena
Miguel Maia (Lisboa)e Beci
Ryan (Londres)
Suporte técnico
Claire Childs (Londres)
Design Gráfico
Mafalda Moreiro
Fotografia
Sofia Berberan
Vídeo
icreatefilms (Rungano Nyoni)
Construção de cenários
Empresa Portuguesa de Cenários, Lda.
Produção
Background
Co-Produção
Companhia Cepa Torta
Projecto financiado pelo Ministério
da Cultura, DGArtes.
A estrangeira Medeia fugiu da sua pátria e vive em Corinto com a sua nova família onde constrói um lar - um espaço físico e um espaço sentimental. Mas este é destruído por Jasão, também ele um estrangeiro a tentar criar os seus espaços e a adaptar-se à nova sociedade, ao casar-se com a herdeira do trono, julgando ser essa a melhor opção. Medeia, a Estrangeira é uma adaptação da peça de Eurípides, onde Medeia reage de forma animal à traição, reacções primárias, não racionais, não características de um grego. Segue-se a perda do espaço físico com a expulsão de Creonte, soberano de Corinto, exibindo a falta de direitos de um estrangeiro e a sua falta de pertença, e sublinhando a força do poder do não estrangeiro. Sem algo tão básico como os espaços físico e sentimental, a sobrevivência tem de ser feita através da sua própria cultura, regras e leis, e não as locais. Medeia faz o que julga ser melhor, segundo as suas regras e o seu espaço mental, algo que é considerado não humano: matar os filhos, também estrangeiros como Medeia e passíveis de sofrer do mesmo mal. Ela retira-lhes a vida para que não sofram a dor que ela sofreu nem compreendam a traição do seu próprio pai. Fazendo uma reflexão sobre esta falta de pertença de alguém num país que não o dele, a encenação trabalhou também as experiências da encenadora e actores como estrangeiros, tanto ao nível social como aos níveis emocional e artístico.
Aproveitando a formação especializada da actriz Nicole Pschetz em teatro físico, esta adaptação teve uma componente corporal importante ao nível do conteúdo, onde existe o corpo num espaço estranho, e ao nível da forma, onde se conta com imagens o que se poderia contar com palavras.