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sobre
o projeto

Esta noite grita-se, Teatro, Cepa Torta

A Inquietarte e os Cepa Torta juntam-se num projeto de leituras de textos dramáticos. O objetivo é o de dar a conhecer periodicamente obras de dramaturgos de várias épocas com o recurso à sua leitura pública por atores convidados. Ao género dramático associa-se com frequência uma ideia de incompletude face à sua necessidade de ser “representado”. Mas considerando que o texto teatral é escrito para se repassar na oralidade, a sua leitura em voz alta, não sendo um espetáculo montado numa abordagem de encenação, não deixa de ser uma experiência de envolvimento com um público que assiste. Estas serão leituras intimistas de textos selecionados de teatro num espaço público e que se pretendem momentos de partilha das obras.

APOIO

One | your first stop, Apoios, Esta noite grita-se, Teatro, Cepa Torta

PARCEIROS

Antena 2, Apoios, Esta noite grita-se, Teatro, Cepa Torta
Fábrica Braço de Prata, Esta noite grita-se, Teatro, Cepa Torta
IFICT, Esta noite grita-se, Teatro, Cepa Torta

esta noite
grita-se '17 & '18

Ruínas,
de Sarah Kane

29 e 30 de Junho, 1 de Julho
de 2018 - Irreal, Fábrica do Braço de Prata, IFICT

Ficha Técnica:

Texto

Sarah Kane

Tradução

Pedro Marques

Direcção

Miguel Maia e Filipe Abreu

Interpretação

Rita Cabaço, David Pereira Bastos, Filipe Abreu e Bruno Bernardo (Didascálias)

Gravação de som

Carlos Cerqueira (Rádio Movimento)

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico
Luís Matos

Agradecimentos

ONE your first stop

Mesmo quem conhece a curta mas marcante obra da malograda autora londrina Sarah Kane não deixará de sentir um certo incómodo perante a peça Ruínas. Aquando da sua estreia na Londres de 1995, a crítica reagiu negativamente em peso acusando-a de ser de uma violência gratuita com o intuito único de chocar. No entanto esta, que é a sua primeira obra, foi posteriormente reconhecida mundialmente e é hoje incontornável no repertório dramatúrgico inglês do final de século passado.

A história decorre num quarto de hotel onde se instala Ian, um jornalista, e a sua ex-namorada, Kate. Lá fora decorre uma guerra, que irrompe para dentro deste espaço. Um espaço que se torna cada vez mais asfixiante e grotesco. A visita de um soldado que abusa de Ian e que depois se suicida, a tentativa de Cate de salvar um bebé moribundo e a destruição do quarto por um morteiro, criam o setting para nos debatermos com a ideia de violência. A que ocorre à nossa volta e que está dentro de nós.

Vida x 3, de Yasmina Reza

27, 28 e 29 de Abril de 2018
- Irreal, Fábrica do Braço de Prata e IFICT

Ficha Técnica:

Texto

Yasmina Reza

Tradução

Luís Moreira e Miguel Ramos

Direcção

Luís Moreira e Miguel Maia

Interpretação

António Mortágua, Patrícia André, Paulo Pinto, Rita Loureiro e Filipe Abreu (Didascálias)

Gravação de som

Felix Brückelmann e Carlos Cerqueira (Rádio Movimento)

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico
Luís Matos

Agradecimentos

ONE your first stop, Hipócritas

Fruto de um lapso de agenda, um casal com um filho pequeno recebe em sua casa, um dia antes do previsto, um outro casal para jantar. Apanhados de surpresa, os anfitriões tentam adaptar-se à situação, o mesmo acontecendo com os visitantes.

A relação profissional entre os dois homens, que denunciam uma relação hierárquica mal resolvida, a dúbia dinâmica das mulheres e o exercício incerto da parentalidade, criam o ambiente ideal para o brotar dos conflitos latentes. Este texto, da dramaturga francesa Yasmina Reza, popularizada pelas peças Arte e Deus da Carnificina, goza ainda de uma estrutura invulgar: apresenta-nos três versões diferentes desta mesma história, utilizando o mesmo tempo, personagens e locais. Três versões da vida que, partindo de um mesmo ponto, nos surpreendem com o desafio constante
ao caráter das personagens, às suas convicções, numa aparente crítica ao lugar do certo e do errado e ao papel das convenções sociais.

Huis Clos,
de Jean-Paul Sartre

16, 17 e 18 de Fevereiro de 2018
- Irreal, Fábrica do Braço de Prata, IFICT

Ficha Técnica:

Texto

Jean-Paul Sartre

Tradução

Virgínia e Jacinto Ramos

Direcção

Miguel Maia e Filipe Abreu

Interpretação

Catarina Wallenstein, Elmano Sancho, Paula Neves e Luís Moreira

Gravação de som

Felix Brückelmann

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico
Luís Matos

Agradecimentos

António Ramos, Manuel Ramos, Artistas Unidos, Lobo Mau Produções, Teatro Aberto e ONE your first stop, Leonor Buescu, Carlos Cerqueira

Em Huis Clos são-nos apresentados três personagens que, guiados por um criado, se encontram numa sala decorada ao estilo Segundo Império e da qual não poderão sair. Sabem que morreram e o local onde agora se encontram é, afinal, o inferno. Este encontro na clausura, que parece preparado ao milímetro, torna-se rapidamente incómodo à medida que cada um tenta justificar a razão de ali estar. Será possível algum tipo de redenção? Porque é o inferno uma sala com sofá coloridos, um busto de Barbedienne e uma total ausência de espelhos? E os outros, o que estão ali a fazer?

Huis Clos, escrito em 1944 e estreado no mesmo ano no Théâtre du Vieux-Colombier em Paris, é fortemente marcado pela perspectiva existencialista do autor. Um teatro austero, ao estilo mítico, com personagens envolvidas numa trama trágica numa procura incessante pela procura de um sentido para a sua vida e para a sua morte.

Acamarrados, de Enda Walsh

8, 9 e 10 de Dezembro de 2017
- Irreal, Fábrica do Braço de Prata, IFICT

Ficha Técnica:

Texto

Enda Walsh

Tradução

Joana Frazão

Direcção

Filipe Abreu

Assistência

Miguel Maia

Interpretação

João Lagarto e Sara Carinhas

Gravação de som

Felix Brückelmann

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico
Luís Matos

Agradecimentos

Companhia de Teatro de Almada, Artistas Unidos, Lobo Mau Produções, Teatro Aberto e ONE your first stop

As personagens de Walsh contam
sempre histórias do passado num presente angustiante e próximo do esgotamento. E é quando estas personagens estão prestes a não aguentar mais que as começamos a ver, quando algo vai rebentar, explodir, mudar radicalmente.

É esse momento que Enda Walsh coloca em palco.
À semelhança das tragédias clássicas, é quando o equilíbrio se encontra prestes a perder, no dia da revelação, do clímax, que Walsh nos mostra as suas personagens. São sempre histórias terríveis, de sonhos e esperança nunca alcançados, substituídos por um ciclo de revivalismos que misturam a realidade com a ficção, o vazio da vida real, com a alegria do sonho, a vida, absurda, beckettiana. E a bruta acumulação de histórias terríveis, o abismo da vida destas personagens, revela-se por meio de uma linguagem - também ela - brutal, dilacerante, grotesca e fragmentada, colocando em conflito o que se tem de deitar cá para fora, o que não se quer dizer, o que se consegue admitir em voz alta o que não se consegue dizer ou fazer. As palavras saem como um vómito, como a vida das personagens é também um vómito.

O Doido
e a Morte, de Raul Brandão

20, 21  e 22 de Outubro de 2017
- Irreal, Fábrica do Braço de Prata, IFICT

Ficha Técnica:

Texto

Raúl Brandão

Direcção

Filipe Abreu e Miguel Maia

Assistência

Miguel Maia

Interpretação

Inês Lago, José Wallenstein e Pedro Lacerda

Gravação de som

Felix Brückelmann

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico
Luís Matos

Se por um lado é possível olhar para este texto como reflexo de um certo “não-tempo”, de uma ausência de perspetiva resultante do impasse de valores deixado pela 1ª Grande Guerra, também é certo que estes dois arquétipos de personagens representam a grande dualidade transversal à obra de Brandão.

O homem e as suas máscaras, o homem verdadeiro e o homem de todos os dias, a vida profunda e aquela feita de ninharias, e estão presentes mesmo em textos mais íntimos como o seminal Húmus ou o monólogo O Rei Imaginário. Esta multiplicidade de camadas e o transformar do espaço íntimo no espaço da ação são razões mais que válidas para visitarmos Raul Brandão muitas e muitas vezes.

Harbinger,
de Ana Teresa Pereira

14 e 15 de Julho de 2017 - Fábrica do Braço de Prata

Ficha Técnica:

Texto

Ana Teresa Pereira

Direcção

Rui Neto

Assistência

Miguel Maia

Interpretação

João Vicente, Leonor Buescu, Rosária Rocha

Música ao vivo

João Augusto

Gravação de Som

Felix Brückelmann

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico

Patrícia de Deus

Esta peça é o último conto, em forma de texto para teatro, incluída no livro de contos As Velas da Noite da escritora Ana Teresa Pereira. Tudo acontece num consultório de psiquiatria onde à conversa estão dois escritores .

Mas as conversas vão para além do que é habitual numa consulta de psiquiatria. Eles viajam pelo mundo ficcionado de cada um, dando mais atenção ao da Rapariga, uma vez que é a paciente, e cujo problema é ver as suas personagens no “mundo cá fora”.  O prenúncio ou seja, o significado de harbinger, encontra-se  numa obsessão amedontrada da Rapariga em encontrar o personagem masculino das suas histórias – Dylan – e vai-se revelando ao longo das consultas e da relação que acaba por desenvolver com o seu psiquiatra.

Hamelin, de Juan Mayorga

24 e 25 de Junho de 2017
- Fábrica do Braço de Prata

Ficha Técnica:

Texto

Juan Mayorga

Tradução

António Gonçalves

Direcção

Filipe Abreu

Assistência

Miguel Maia

Interpretação

Ana Saragoça, Elsa Galvão, Filipe Abreu, Luis Filipe, Miguel Maia, Paula Fonseca, Paulo Pinto, Patrícia de Deus e Pedro Carraca

Música ao vivo

Eduardo Abreu e Miguel Fevereiro

Gravação de Som

Felix Brückelmann

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico

Patrícia de Deus

HAMELIN, de Juan Mayorga, estreou em Abril de 2007 pelos Artistas Unidos. Passados 10 anos, decidimos reler este texto, profundamente ligado à palavra no teatro e homenagear o actor António Filipe, que protagonizou a estreia em Portugal. 

«Hamelin é uma peça sem luzes, sem cenários, sem figurinos. Uma peça em que as luzes, os cenários, os figurinos são postos pelo espectador», como escreve o próprio autor. É por isso uma peça escrita para soar no campo da imaginação, onde bastam apenas as palavras para criar novos mundos. E não será esse um dos grandes poderes do teatro, o de dar voz às palavras e rédea solta à imaginação?

Câmara Ardente, de Harold Pinter

19 e 20 de Maio de 2017 - Fábrica do Braço de Prata

Ficha Técnica:

Texto

Harold Pinter

Tradução

Graça P. Corrêa

Direcção

Miguel Maia

Assistência

Miguel Maia

Interpretação

Filipe Abreu, Frederico Barata, Isabel Costa, Isac Graça,Paulo B. e Telmo Mendes

Gravação de Som

Felix Brückelmann

Fotografia

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico

Patrícia de Deus

O drama passa-se numa clínica de investigação e tratamento psiquiátrico, num ambiente asfixiante, caricatura de uma sociedade altamente burocratizada e entretida em jogos de poder.

Nesta “câmara” os doentes, conhecidos pelos seus números, supostos dissidentes que naquele local foram colocados para um processo de normalização, são tratados dos seus desvios sociais. Pinter surge-nos com um conjunto de personagens cujo comportamento num primeiro olhar remete para o absurdo e o cómico despropositado. Mas é no assumir desse ridículo que reside a própria crueza da peça: olhamos para um laboratório do comportamento humano, espelho de uma sociedade repleta de indivíduos que se perdem na manipulação dos seus poderes e na teia desumanizante que criam e que, no final, inevitavelmente os aprisiona.

A cabra ou quem é a Sylvia, de Edward Albee

14 e  15 de Abril  de 2017 - Irreal
e Fábrica do Braço de Prata

Ficha Técnica:

Texto

Edward Albee

Tradução

Luís Fonseca

Direcção

Filipe Abreu e Leonardo Garibaldi

Interpretação

Bruno Bernardo, Filipe Abreu, Miguel Maia, Paulo Pinto e Rita Loureiro

Gravação de Som

Felix Brückelmann

Fotografia de Cena

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico

Patrícia de Deus

Martin é um arquitecto de sucesso, galardoado com prémios internacionais
e propostas de trabalho extraordinárias. Vive com a mulher, Sevie, e o filho, Billy.

 

Toda a sua vida foi um marido exemplar.

Toda a sua vida foi um pai exemplar. Encontra-se no cume da exemplaridade quando conhece Sylvia, e a vida nunca
mais será a mesma.

Rei Édipo,
de Sófocles

24 e 25 de Março de 2017 - Irreal e Fábrica do Braço de Prata

Ficha Técnica:

Texto

Sófocles

Tradução

Maria do Céu Zambujo Fialho

Direcção

Miguel Maia

Dramaturgia

Patrícia Carreira

Interpretação

Miguel Sopas, Rui Neto, Teresa Sobral, José Neto, Filipe Abreu, Mário Abel, Nuno Pinheiro, Guilherme Barroso

Música ao vivo

Miguel Cabral

Gravação de Som

Felix Brückelmann

Fotografia de Cena

Sónia Godinho Fotografia

Desenhos

Catarina Rodrigues

Design Gráfico

Patrícia de Deus

Começámos com Édipo, esse mito dos mitos, sobre um rei caído em desgraça depois de se ver incapaz de fugir à maldita profecia de que é alvo e que determina que será autor de parricídio e se envolverá numa relação incestuosa com a sua mãe.

 

Citada frequentemente por Aristóteles, na sua Poética, para exemplificar o paradigma da tragédia, esta obra de Sófocles foi o mote para a primeira edição do “Esta noite grita-se...”.

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